Por isso vejo a importância de difundirmos melhor a teoria para que não haja dúvidas quanto à esse assunto. Aliado a essa teoria, mostrarei exemplos práticos, e nada melhor do que alguns dos maiores jogadores do tênis recente executando o que será afirmado aqui.
Definição de Topspin = top (topo em inglês) + spin (giro em inglês)
Portanto, é quando tocamos a bola em sua porção superior (top) à partir de uma trajetória da raquete que vem por baixo de sua altura. É o famoso "de baixo para cima" (ver Figura 1).
Consequentemente ao olharmos a bola por trás, ela deve girar no sentido vertical de baixo para cima. Ao imprimir esse tipo de efeito sobre a bola, o sentido do giro se mantêm depois de tocar no chão, o que ocasiona menor perda de altura em relação a parábola anterior (ver Figura 2), em relação ao underspin (slice) e também em relação a batida sem efeito.
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Agora que definimos o que é topspin, vamos ver como funciona a biomecânica que gera esse efeito no forehand.
Você já deve ter escutado algo parecido com essa afirmação:
"É o pulso quem gera o efeito na bola".
Pois então, existem dois equívocos nessa afirmação!
Primeiro:
O termo correto da articulação entre a mão e o antebraço é punho e não pulso. Pulso é a região do antebraço onde medimos a pulsação (batimentos cardíacos por minuto).
Segundo:
Quem gera o efeito é o antebraço.
São dois os movimentos anatômicos que o antebraço realiza: Pronação e Supinação. A pronação do antebraço ocorre quando há um movimento transverso ("cruzamento") entre rádio e ulna (ossos do antebraço), e o resultado é que o dorso (costas) da mão se volta para cima com o polegar apontando medialmente, ou seja, para a direção do corpo (ver figuras 3 e 4). A supinação é o movimento contrário (ver figura 3).
No caso do forehand o seu movimento anatômico é a pronação (ver figuras 4, 5 e 6 ).
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Pronação + extensão do punho segurando uma raquete na empunhadura semi-western
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Repare nas duas próximas fotos (3 e 4), como a face da raquete mantém sua trajetória do ponto de contato até um pouco antes da terminação.
Os jogadores continuam com a extensão do punho logo após o contato com a bola, portanto provando que o efeito veio através da pronação do antebraço.
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Ainda que não seja o mesmo golpe dentro da sequência, porém mostrando que é o padrão de batida destes jogadores tops, repare à seguir como a pronação começa com a cabeça da raquete mais baixa em relação a bola, e logo após o contato já está acima de sua altura, mantendo a extensão do punho.
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Quanto maior a velocidade da pronação e maior a trajetória da raquete de baixo para cima, maior é o número de rotações por minuto que a bola atingirá, ocasionando um topspin com maior potência. É a famosa bola "pesada".
Taticamente o topspin serve para:
- Passar a bola um pouco mais alta sobre a rede -> com esse giro, a resistência do ar faz ela descer mais rápido, dando maior controle ao golpe -> maior chance de cair dentro da quadra;
- Efetuar um ataque com um pouco mais de segurança;
- Manter a bola alta para tentar dificultar um ataque do adversário - lembre-se: ao tocar o chão ela perde menos altura;
- Ou até mesmo para dificultar uma batida qualquer.
CURIOSIDADE
Veja a quantidade de topspin de forehand produzida por alguns jogadores que já foram número 1 do mundo.
A primeira coluna de números representa a variação de giro e a segunda a média de giro alcançada no golpe de cada jogador.
Repare como a tendência do número de r.p.m. é maior no tênis atual, já que Pete Sampras se aposentou em 2002, Agassi em 2006, Roddick ainda jogou em 2012 e Rafael Nadal e Roger Federer estão jogando em 2012 e continuarão pelos próximos anos.
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Por Gesner Menegucci
Treinador e professor
Formado em Esporte - USP
Coach Sanchez-Casal
Coach Bollettieri Tennis Academy